Introdução

 

 

História

 

O PCB foi sintetizado pela primeira vez em laboratório (Griefs, Alemanha) em 1867.Em 1929 dá-se a primeira produção com a primeira aplicação industrial por parte da empresa Swann Chemical Co. em Anniston (Alabama, EUA), subsequentemente absorvida pela Monsanto Chemical Co., EUA, em 1935.Esta última continuou a produção de PCB nas instalações de Sauget, Illinois até 1977.Outras empresas produziram também PCB, por exemplo, na Alemanha, Espanha, Itália, França, Japão, China, União Soviética.
A falta de estudos fiáveis permitiu o seu uso em grande escala industrial, até que os dramáticos acontecimentos dos anos 60 (Yusho, Japão) e ano 70 (Yu-Cheng, Taiwan) deram início a regulamentações cada vez mais rigorosas.A partir desses anos, o uso dos PCB foi reduzido consideravelmente, e alguns países começaram a cessar a produção, mas a cessação completa da produção de PCB foi alcançada somente no final dos anos 80.
A Convenção de Estocolmo estima em cerca de 1,7 milhões de toneladas a produção total de PCB, entre 1929 e 1989.(fonte)

 

 

Propriedades

 

A maioria dos PCB apresentam-se sob a forma de sólidos cristalinos incolores, enquanto as misturas industriais são líquidos viscosos, cuja viscosidade é geralmente proporcional ao teor de cloro presente.Os PCB são caracterizados por uma baixa solubilidade na água e uma baixa volatilidade.São, além disso, todos muito solúveis em substâncias hidrófobas, como óleos e gorduras.São substâncias muito estáveis, que só podem ser destruídas por incineração ou por meio de processos catalíticos.A estabilidade também é, porém, responsável pela sua persistência no ambiente.

Em suma, os PCB são caracterizados pelas seguintes propriedades:
–
dielétricas – estabilidade química e física
-não inflamabilidade
– compatibilidade com plásticos, resinas, adesivos, lubrificantes

 

 

Aplicações

 

Aplicações do PCB em sistemas fechados:
– líquidos para transformadores usados na geração de energia (nuclear, térmica, hídrica, geotérmica), bem como na sua transmissão, distribuição e utilização
– líquidos isolantes para condensadores elétricos para lâmpadas fluorescentes (balastros),
-eletrodomésticos (máquinas de lavar, frigoríficos, ar condicionado), laboratórios eletrónicos, fios elétricos, berbequins, etc.

Aplicações em sistemas abertos:
óleo lubrificante, elasticizante, papéis autocopiativos, pesticidas, aditivos para tintas e matérias plásticas, vedantes para construção, aditivo antipoeiras, etc.

 

 

Marcas comerciais

 

Os PCB foram introduzídos no mercado sob a forma de misturas, a que foram adicionados solventes clorados, identificados por nomes de produtos diferentes.Entre estes são de recordar os da família Aroclor, registado e produzido pela Monsanto Chemical CO (EUA) de 1930 a 1977.Em seguida, damos os nomes comerciais das principais misturas à base de PCB empregues como líquido isolante:
Brasil – Askarel; Ex-Checoslováquia – Delor; França – Phenoclor, Pyralène (ambos usados pela Prodolec); Alemanha – Clophen (usado pela Bayer); Itália – Apirolio, Fenclor; Japão – Kanechlor (usado pela Kanegafuchi), Santotherm (usado pela Mitsubishi); Reino Unido – Aroclor xxxx (usado pela Monsanto Company), Askarel, Pyroclor; Estados Unidos – Aroclor xxxx (usado pela Monsanto Company), Asbestol, Askarel, Bakola131, Chlorextol – Allis-Chalmers trade name, Hydol, Inerteen (usado pela Westinghouse), Noflamol, Pyranol/Pyrenol (usado pela General Electric), Saf-T-Kuhl, Therminol; Ex-URSS – Sovol, Sovtol

 

 

Intoxicação em massa

do artigo “Past and current dermatological status of yusho patients”, H. Urabe and M. Asahi, Environ Health Perspect.1985

Os dois casos mais emblemáticos ocorreram em 1968 (Yusho, Japão) e em 1979 (Yu-Cheng, Taiwan), quando milhares de pessoas (mais de 10 000 no acidente do Japão) consumiram óleo de arroz contaminado com uma mistura de PCB, policlurodibenzofuranos (PCDF) e policloroterfenilos (PCT) devido a uma fuga de uma serpentina de arrefecimento.As pessoas Intoxicadas apresentaram sintomas de envenenamento, de cloracne a hiperpigmentação da pele, a doenças do fígado, do aparelho digestivo e respiratório, até à morte em pelo menos 26 casos, apenas para o caso japonês.Os filhos de mães intoxicadas mostraram muitos dos distúrbios dos adultos, com aumento da proporção de nascimentos abaixo do peso e presença de atrasos no desenvolvimento.Quinze anos depois, observou-se um aumento de mortes por tumor do aparelho respiratório nos homens (SMR = 3,3) e do fígado, quer em homens (SMR = 5,6), quer em mulheres (SMR = 3,0).

https://en.wikipedia.org/wiki/Yush%C5%8D_disease
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19588843
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1568546/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1568089/
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1574075705000082?np=y

 

Efeitos no ser humano e no meio ambiente

 

Os PCB são parte de 12 substâncias nocivas à saúde humana e o ambiente em que a Convenção de Estocolmo definiu como poluentes orgânicos persistentes (POPs).Os POP são compostos químicos com propriedades tóxicas que se espalham no ar, água ou solo e, por causa da sua difícil degradação, permanecem no ambiente por um longo tempo.Os PCB, em particular, caracterizam-se por uma extraordinária persistência no ambiente, capaz de causar efeitos perigosos de bioacumulação na cadeia alimentar dos organismos vivos e, ainda mais grave, o PCB pode dar origem a perigosas degradações (PCDD-dioxinas e PCDF-furanos) quando submetido a termo-oxidação descontrolada ( > pontos quentes de 300 °C, explosões e/ou incêndios).
O PCB entra principalmente nos sistemas aquáticos, penetra nos corpos de animais e, sendo lipossolúvel, passa e acumula-se nos tecidos adiposos.A toxicidade direta não é a mais perigosa, já que para matar um rato são precisos cerca de 5 gramas de PCB por kg de peso corporal; em contrapartida, é a prolongada administração e, por conseguinte, a acumulação que leva à morte.O PCB penetra e difunde-se no fígado, nos tecidos nervosos e em todos os órgãos e tecidos com componente lipídico elevado.

O PCB é uma das 118 substâncias classificadas pela Agência Internacional de investigação sobre o cancro (IARC) no grupo 1, ou seja, cancerígeno para os seres humanos

http://monographs.iarc.fr/ENG/Classification/
http://monographs.iarc.fr/ENG/Classification/ClassificationsAlphaOrder.pdf
http://monographs.iarc.fr/ENG/Publications/techrep42/TR42-17.pdf
https://it.wikipedia.org/wiki/International_Agency_for_Research_on_Cancer

 

Principais publicações Sea Marconi sobre o assunto:

 

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S. Facchetti – “II Relazione sulle prove preliminari di demolizione chimica di 2,3,7,8 – TCDD (DIOSSINA) per decontaminare materiale inquinato con CDP PROCESS – Sea Marconi ” – CEE – CCR Euratom of Ispra, agosto 1983.

S. Facchetti – “III Relazione.Prove di decontaminazione della 2,3,7,8 – TCDD (diossina) nello stabilimento ICMESA (Reparto TCF): decontaminazione per distruzione chimica eseguite all’interno del Reparto B il 1-6 luglio 1983 con CDP PROCESS – Sea Marconi ” “Esperienza di demolizione su campione di 2 mg di 2.3.7.8 – TCDD prova con reattivo Sea Marconi per la ricerca dei prodotti di degradazione ed esame Tossicologico della miscela di reazione” CEE – CCR Euratom of Ispra, setembro 1983.

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